No pé do ouvido #50: Transbordar tem sido a regra
textinho/ livro/ endorfina/ caminho do artista/ oficina de escrita/ um monte de links legais
Não é raro que determinados convites cheguem fazendo alarde, em alto e bom som. Nem sempre o Universo sussurra. Por vezes desenha, e em outras (muitas) vezes ele grita mesmo, urra. Sob fatos, dores, argumentos ou cutucões chegam avisos. Percebo minha distração extrema, sobretudo do coração, quando sinto o descompasso interno, surpreendida por convocação inquestionável da palpitação.
Dia desses bateu à porta uma necessidade. Primeiro se anunciou discreta, como vontade passageira. Logo depois, mais inquieta, apertou o peito e a garganta, escorreu pelo rosto, enxugou-se no sono. Foi se diluir na tinta das canetas esferográficas espalhadas com e sem tampa pela casa, disponíveis aos papéis e às saudades.
Entendi que um novo espaço de entrega queria existir. Sem margem, sem linha, sem tema nenhum. Apenas um lugar por onde escorrer o que não cabe em mim. Transbordar tem sido a regra, tantas vezes que me parece insano o tanto que há pra vazar.
Deixo a torneira ligada, ela enche a pia, invade o tampo, escorre e molha o chão. Não há rodo, pano nem ralo capaz de dar vazão ao que da alma precisa jorrar. Não tento mais conter o fluxo. Ainda que termine ensopada, sou mais eu na umidade.
SUSSUROS
📚 Tamo junto e misturado
Estive em um evento encantador na semana passada: a Primavera dos Livros. Por lá, entre livros expostos por dezenas de editoras independentes, participei de uma conversa sobre Escrita Terapêutica, na companhia das escritoras Marina Fiuza e Larissa Lima. Também mediei um papo sobre clubes de assinatura e leitura, que contou com a participação da Claudia Lamego (Clube F.), Renata Nakano (Quindim) e da Ana Rocha (Dois Pontos). Eles prometeram que as gravações das mesas serão disponibilizadas em vídeo (mando para vocês assim que sair).
Nos dois primeiros dias do evento, que aconteceu no Galpão do MST — um lugar incrível na Barra Funda —, tive a companhia da minha filha, Isadora. Tem sido bacana inaugurar essa nova fase da vida em que compartilhamos novos interesses e estabelecemos outras parcerias. Encontrar pontos comuns entre nós, além de divertido, parece mesmo ser um caminho mais bonito para essa nova experiência.
Lá também conheci pessoalmente a querida Tainã Bispo, com quem fiz um curso recentemente. Ela é dona da Editora Claraboia e da Paraquedas, duas iniciativas lindas que eu recomendo que você fique de olho e acompanhe. Além da troca deliciosa que estabelecemos, ainda fui presenteada com o livro inaugural da Claraboia, chamado “Ninguém solta a mão de ninguém — manifesto afetivo de resistência e pelas liberdade”, uma coletânea de textos sobre pontes e afeto que reúne autores e autoras como Vera Iaconelli, Julián Fulks, Anielle Franco, Antonio Prata e Ana Claudia Quintana Arantes. Timaço, né?
Deixo aqui a recomendação para que você conheça a obra.
🫀Muito prazer, Endorfina!
Preciso contar para vocês que estou uma relação de amor inédita com o meu corpo. E isso não se estabeleceu, pela primeira vez, no espelho. É uma descoberta química, e também divertida, que começa com “endo” e termina com “fina”. E que só existe pela inspiração que vem de uma mulher porreta, como de costume. Escrevi sobre isso na minha última coluna na CLAUDIA.
Deixo o link aqui para você ler
🎨 Chegou a sua hora de ler “O Caminho do Artista”. Vem, me dê mão?!
Tenho dois convites muito especiais fazer. O primeiro é para a nova turma da Leitura em grupo que eu medio sobre o livro “O Caminho do Artista”. Essa vai ser a minha 6ª turma. Pra lá de 60 mulheres que já passaram por essa jornada comigo e transformaram suas relações com a criatividade e descobriram novos sentidos pra vida. É nesse nível de impacto, sério!
Se você quiser conhecer a proposta, tem tudo aqui.
📌 Vem oficina nova de escrita por aí!
O outro convite é por enquanto um pequeno spoiler: vai rolar uma nova oficina de escrita que eu estou preparando com MUITO carinho e que acontecerá em abril. Vou divulgar todos os detalhes, mas se você tem vontade de experimentar a escrita e ainda não encontrou um caminho para isso ou se você já teve contato com a potência que é escrever e quer se aprofundar, cola aqui que vem coisa muito boa aí.
Um beijo!
Dani Moraes
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