#43: navegar e atracar em nós
Desconstruir a salvadora, despir-se da capa de heroína não é só uma libertação, um alívio e um passo mais conectado com a nossa humanidade, mas sobretudo é um caminho de humildade. Temos a pretensão de que podemos consertar tudo, quando na verdade essa busca é, na grande maioria das vezes, a reprodução de um comportamento que segue uma perversa estratégia e que só detona nossa saúde mental.
Falar em administração do estresse parece piada quando o mundo nos cobra a onipresença, super poderes, e nós, perseguindo esse ideal, nos entupimos de ansiolíticos. Parar, olhar ao redor, rever nossa atitude perante a vida, nossas escolhas e prioridades não é simples nem fácil, como também não tem sido nada simples ou fácil viver sob tamanha auto-exigência.
Somos capazes de fazer coisas difíceis? Somos. Pois, então, que tal encontrarmos caminhos da autonomia, consciência, autocompaixão, liberdade e gentileza? Observar pra onde estamos indo e que escolhas temos feito HOJE para pavimentar uma estrada suave?
Não é sobre pensar no futuro, é sobre criar o futuro. É gestar a própria vida. Cultivar relações, ter amigos, amores, manter a máquina azeitada - o que inclui corpo, mente e espírito em harmonia.
Nos próximos dias, volto aqui para contar mais sobre o meu novo projeto que vem ao mundo: a mentoria ‘TEMPO PRA MIM’. E que tem tudo a ver com aprender a fazer boas escolhas AGORA.
Falei um tiquinho sobre isso na entrevista, cheia de amor, que dei para a querida amiga e jornalista Helena Galante no seu Podcast “Jornada da Calma”. Além do spoiler do novo projeto, conversamos sobre escrita, palavra, coerência e presença. Se você quiser ouvir, tem o link aqui. Toda segunda, Helena traz uma conversa inspiradora que pode ser chamada de abraço. Vale a pena conhecer, ouvir e também se encantar.
E por falar em encantamento, termino contando um segredo: estou perdidamente apaixonada por uma mulher muito mais jovem do que eu. Madura, inteligente, forte e delicada. O nome dela é Morena, mas ela também é conhecida como Tamara Klink. Acabei de ler o seu primeiro livro “Mil Milhas” e fui arrebatada pelo relato envolvente, leve e questionador dessa escritora do mar. Um livro de memórias que é o diário de viagem da sua primeira travessia em solitário pelo Mar do Norte.
Quanta poesia, quanto sal. Um mapa de autodescoberta que nos inspira a pensar sobre a construção da confiança em nossa voz interior, não por a considerarmos perfeita ou infalível, mas justamente por conhecermos como ninguém mais cada uma de suas fraquezas. A travessia, pessoal, é pra dentro.
Um beijo!
Dani Moraes
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